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Do alto, seguradoras americanas espionam e avaliam casas dos clientes

seguradoras espionam
(Foto: Oleksandr P/Pexels).

Nos Estados Unidos, seguradoras têm empregado imagens aéreas para espionar e avaliar o risco associado a propriedades e tomar decisões sobre a renovação de apólices. Cindy Picos, residente da Califórnia, experimentou a negativa de renovação de sua apólice baseada em imagens aéreas que supostamente mostravam seu telhado em condição de risco, apesar de uma inspeção independente indicar que o telhado tinha ainda dez anos de vida útil.

O Geospatial Insurance Consortium, apoiado pela indústria de seguros, mantém um programa de imagens que afirma cobrir 99% da população dos EUA. As fotos, obtidas por drones, aviões tripulados e balões, são analisadas por modelos computacionais para identificar possíveis riscos, como danos em telhados ou detritos nos quintais, que podem levar a seguradora a decidir pela não renovação da apólice.

Amy Bach, diretora executiva do grupo de consumidores United Policyholders, observou um aumento nos relatos de clientes que foram dispensados por suas seguradoras com base em tais imagens. Este aumento coincide com um período em que as seguradoras buscam reduzir riscos em suas carteiras de propriedades, em parte devido a perdas com indenizações.

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O CEO da Allstate, Tom Wilson, defende o uso de imagens aéreas, argumentando que elas permitem uma avaliação menos invasiva das propriedades e uma resposta mais rápida a desastres. Ele também aponta que as imagens digitais estão melhorando o processo de subscrição, com promessas de avanços futuros.

Entretanto, a prática de espionar por parte das seguradoras levanta preocupações sobre a precisão e atualidade das imagens, além da possibilidade de contestação por parte dos clientes a respeito da privacidade. A CSAA Insurance alterou sua política para permitir que clientes vejam as imagens aéreas mediante solicitação, reconhecendo a necessidade de transparência.

Na Califórnia, a State Farm anunciou a redução de cobertura em cerca de 30 mil propriedades residenciais e 42 mil comerciais, sem detalhar os critérios de seleção. As restrições estaduais limitam os motivos pelos quais as seguradoras podem não renovar apólices, mas a falta de manutenção adequada, como a condição do telhado, é um dos motivos permitidos.

Segundo a diretora-gerente da corretora de seguros Arthur J. Gallagher, Betsy Clement, houve um aumento sem precedentes em não renovações desde 2022, ressaltando que as inspeções nem sempre são precisas ou atualizadas. Nichole Brink, ex-agente da Farmers Insurance, expressou preocupação com o uso de imagens aéreas para excluir clientes, citando casos de decisões baseadas em informações desatualizadas ou mal interpretadas.

O uso crescente de vigilância aérea pelas seguradoras levanta questões sobre privacidade e os direitos dos consumidores em contestar as decisões baseadas nessas imagens. O diretor de seguros da Consumer Federation of America, Douglas Heller, aponta para a discrepância entre a tecnologia e as proteções ao consumidor, sugerindo uma resistência potencial se os clientes tivessem mais autonomia para aceitar ou rejeitar essas práticas.

Com a expectativa de que as imagens aéreas se tornem ainda mais detalhadas e frequentes, a questão da privacidade e da precisão dessas avaliações permanece em debate, apontando para a necessidade de um equilíbrio entre a inovação tecnológica e os direitos dos proprietários de imóveis.

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