No último fim de semana, um aumento evidente da participação do Irã marcou um novo estágio na guerra que começou na Faixa de Gaza entre Israel e o grupo Hamas. Em resposta ao ataque ao consulado iraniano em Damasco, na Síria, no dia 1º de abril, que resultou na morte de um comandante das Guardas Revolucionárias do Irã, o governo iraniano lançou mísseis e drones contra Israel. Este episódio se configura como o primeiro ataque iraniano direto contra Israel.
Efeitos imediatos no mercado de petróleo e reações econômicas
A ameaça de escalada do conflito trouxe volatilidade ao mercado financeiro na segunda-feira (15) seguinte. Felipe Vasconcellos, da Equus Capital, menciona o movimento de “flight to quality”, onde investidores buscam ativos mais seguros em momentos de incerteza. Essa situação gerou um aumento no preço do barril de petróleo que, na sexta-feira anterior, havia fechado a mais de US$ 90. Embora não tenha subido mais, o impacto se fez sentir desde o início do conflito.
Resposta do Brasil e impacto econômico no câmbio e combustíveis
A Petrobras manteve os reajustes dos combustíveis contidos desde a mudança da política de preços em maio do ano passado, apesar da pressão causada pela alta do petróleo. Na segunda-feira, a moeda americana foi negociada a R$ 5,21, uma depreciação que também pressiona os preços internos, como explica o presidente a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom). A gasolina e o diesel apresentaram defasagens nos preços internos comparados aos externos, aumentando a pressão para reajustes pela Petrobras.
Perspectivas futuras e ameaças continuadas
A tensão geopolítica e o impacto econômico não se limitam ao imediato aumento nos preços. Autoridades iranianas reiteraram ameaças de bloquear o estreito de Ormuz, vital para o transporte de petróleo global. O comandante Ali Reza Tangsiri alertou que o bloqueio é uma possibilidade se a pressão sobre o Irã aumentar. Esse cenário traz uma preocupação adicional para o mercado financeiro e a política monetária, inclusive afetando a política de juros do Banco Central do Brasil, indicando, portanto, uma provável interrupção na queda da taxa Selic devido às incertezas futuras.