O Conselho de Administração da Petrobras optou por liberar 50% dos dividendos extraordinários que estavam retidos. A reunião, que ocorreu na última sexta-feira (19), teve a autorização do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para que os acionistas recebam metade dos valores.
A expectativa da estatal é que a Assembleia Geral Extraordinária (AGE), prevista para 25 de abril, aprove a proposta. Se confirmada, resultará na distribuição de aproximadamente R$ 22 bilhões, dos quais cerca de R$ 6 bilhões destinam-se aos cofres da União, principal acionista da companhia.
Em março, o conselho havia decidido reter integralmente o pagamento dos dividendos extraordinários. A diretoria da Petrobras, liderada por Jean Paul Prates, defendia a liberação de 50% desse montante. No entanto, o governo, por decisão conjunta dos ministérios de Minas e Energia e da Casa Civil, optou pela retenção total para reforçar o fundo de reserva da empresa.
Segundo ministros, a medida visava fortalecer a posição financeira da Petrobras para futuros investimentos. Por outro lado, acionistas minoritários pressionavam pela distribuição total dos dividendos.
O assunto foi adicionado inesperadamente à agenda da última reunião do conselho. Apesar de não estar previsto inicialmente, o tema foi introduzido sob a rubrica de avaliação do planejamento estratégico. Essa manobra buscou evitar vazamentos que pudessem impactar o mercado, com a discussão ocorrendo após o fechamento do pregão na B3.
A decisão pelo pagamento parcial dos dividendos já era apoiada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que argumentava a necessidade desses recursos para o equilíbrio fiscal. Esse novo entendimento foi reforçado pelas análises de indicadores econômicos relevantes, como a cotação do petróleo Brent e variações cambiais.
O comunicado oficial da Petrobras, divulgado após as 23h da sexta-feira, confirmou a mudança de posicionamento, indicando que a liberação dos dividendos não comprometeria a estabilidade financeira da empresa.
A revisão foi uma validação da proposta inicialmente defendida pela administração da Petrobras, e agora aguarda a ratificação dos acionistas na próxima assembleia. A decisão final, que também considerará a liberação dos 50% remanescentes dos dividendos extraordinários, será determinante para a estratégia financeira da companhia nos próximos meses.