Quando uma companhia aérea declara falência, a gestão de seus aviões torna-se uma prioridade. A maioria das aeronaves são arrendadas por meio de contratos de leasing, e os arrendadores normalmente requisitam a devolução dos aviões. Após o encerramento de empresas aéreas, dependendo da manutenção envolvida, essas aeronaves “órfãs” podem precisar de reparos antes de serem entregues a novos operadores ou devolvidas aos proprietários.
Destinações comuns para aeronaves
Aeronaves de empresas falidas seguem diferentes caminhos. Algumas são transferidas para outras companhias aéreas, enquanto outras podem ser desmontadas para a venda de peças, um processo informalmente conhecido como “canibalismo”. Adicionalmente, muitas aeronaves são enviadas para cemitérios de aviões em países com climas secos, como Estados Unidos e Austrália, onde são preservadas até que uma nova utilização seja determinada.
Companhias aéreas falidas: exemplos recentes no Brasil
No Brasil, várias companhias aéreas falidas ilustram bem essa realidade. A Itapemirim, por exemplo, surpreendeu muitos ao suspender suas operações em 2021, pouco tempo após começar a operar. Seus aviões foram para cemitérios nos EUA. Outros exemplos incluem a Vasp e a Transbrasil, cujas aeronaves permaneceram abandonadas por anos ou foram sucateadas após a falência.
Relembre casos de companhias aéreas falidas
- Varig: Uma vez líder no mercado brasileiro, a Varig entrou em recuperação judicial em 2005 e teve sua falência decretada em 2010. Suas aeronaves foram, em sua maioria, realocadas ou desmontadas.
- Vasp: Fundada em 1933, entrou em crise na década de 1990 e parou de operar em 2005, com sua falência declarada três anos depois. Muitas de suas aeronaves foram abandonadas ou desmontadas para venda de peças.
- Transbrasil: Encerrou suas atividades em 2001 após uma série de crises financeiras e disputas legais. Suas aeronaves também enfrentaram destinos semelhantes às da Vasp.
- Avianca Brasil: Declaração de falência em 2020 após acumular dívidas significativas e problemas com pagamento de arrendamentos. Suas aeronaves foram majoritariamente devolvidas aos lessores.
Impacto cultural e histórico
Além das vendas e realocações, algumas aeronaves encontram novas vidas como atrações turísticas ou são compradas por colecionadores. Exemplos disso são aeronaves da Avianca Brasil e da Vasp, que hoje são parte de exposições em diferentes locais do país.