Desde o último domingo, a Força Aérea Brasileira (FAB) mobiliza o uso de uma Aeronave Remotamente Pilotada (ARP), o RQ-900, para identificar e ajudar pessoas isoladas pelas enchentes devastadoras no Rio Grande do Sul. A aeronave, operada remotamente pelo Esquadrão Hórus da Base Aérea de Santa Maria, começou a sobrevoar a região da Quarta Colônia, impactando diretamente a eficácia das operações de resgate.
Características e capacidades do drone RQ-900
O RQ-900, também conhecido como Hermes 900, é um veículo aéreo não tripulado que possui uma envergadura de 15 metros e um comprimento de 8,3 metros. Este drone pode alcançar uma velocidade máxima de 220 km/h e carregar até 350 kg de carga útil, o que inclui equipamentos de comunicação avançados e dispositivos de rastreamento como câmeras de alta definição e radares ar-solo.
Uso do ARP pela FAB envolve comandos e controle remoto
O controle do RQ-900 é realizado a partir de um abrigo móvel, onde operadores utilizam um manche ou programam rotas através de um computador. Esta capacidade permite operações precisas, mesmo a centenas de quilômetros de distância, e é essencial para a realização de tarefas de inteligência, vigilância e reconhecimento em áreas de difícil acesso.
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Impacto das enchentes e medidas de resposta
As enchentes no estado já resultaram em dezenas de mortes e deixaram centenas desaparecidos, afetando diretamente 780.725 pessoas. Além disso, mais de 839 mil imóveis estão sem abastecimento de água e 421 mil domicílios sem energia elétrica. A FAB, juntamente com outras agências de emergência, está trabalhando para mitigar o impacto desta catástrofe.
Restrições ao uso de drones particulares
Devido ao aumento do uso de drones particulares que podem interferir nas operações de resgate, o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea) proibiu voos de drones civis nas áreas afetadas. Esta medida busca garantir a segurança do uso do ARP pela FAB.
“Muitos civis estão subindo drones para a captação de imagens nas áreas afetadas, e isso pode prejudicar significativamente a segurança de voo das nossas aeronaves empregadas nas ações de socorro”, informou a tenente Sabrina Ribas, da Defesa Civil do estado.