O economista turco Daron Acemoglu, vencedor do Prêmio Nobel de Economia, mostrou sua decepção com a influência da China no bloco dos BRICS, formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Em entrevista à revista Veja, compartilhou sua preocupação com o futuro do bloco e criticou a postura do Brasil em relação à sua política externa.
Acemoglu e sua relação com Lula
Daron Acemoglu, inicialmente um apoiador das políticas sociais do presidente Lula, elogiou programas como o Bolsa Família em seus primeiros anos. No entanto, o economista agora demonstra insatisfação com a condução atual das estratégias econômicas do Brasil. Segundo Acemoglu, o país deveria focar em políticas que promovam a criação de empregos e o crescimento sustentável.
Ele ainda criticou o Brasil por não adotar uma postura independente no cenário global, destacando que, apesar do potencial econômico do país, a submissão aos interesses externos prejudica sua autonomia.
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O papel dos BRICS e a influência chinesa
Acemoglu alertou que o bloco dos BRICS corre o risco de se tornar um “cliente” da China e da Rússia, perdendo sua capacidade de agir de forma autônoma. Ele destacou que a influência chinesa no bloco está moldando as diretrizes econômicas e políticas, o que coloca em risco a independência dos países membros.
Acemoglu acredita que os BRICS podem desempenhar um papel relevante no desenvolvimento de tecnologias e na regulação do mercado global.
O caminho para o futuro: inovação e independência
Para o economista, a chave para o sucesso dos BRICS está na implementação de políticas que promovam a inovação e a independência tecnológica. Acemoglu enfatizou que Brasil, Índia e Indonésia têm o potencial de se tornarem líderes, mas para isso precisam adotar estratégias que reforcem suas economias internas.