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Economia da Síria: impactos da guerra, crise humanitária e desafios

A economia da Síria enfrenta uma grave crise desde 2011, com o PIB reduzido em mais de 60% e 90% da população vivendo em pobreza. A destruição da infraestrutura e o deslocamento de milhões pioram a situação econômica. Nesse cenário, analisamos os desafios do país, como corrupção e contrabando, na busca por recuperação em uma crise humanitária severa.
Imagens de manifestantes na rua protestando contra a economia na Síria
(Foto: Ahmed akacha/Pexels)

economia da Síria atravessa uma das crises mais graves de sua história. Desde o início do conflito em 2011, o Produto Interno Bruto (PIB) encolheu em mais de 60%, enquanto 90% da população vive abaixo da linha da pobreza. A inflação elevadíssima, associada à destruição de infraestrutura e ao deslocamento de mais de 13 milhões de pessoas, agravou o cenário de instabilidade econômica e social no país.

A década de 1960 e o impacto do socialismo na economia da Síria

Na década de 1960, a Síria adotou políticas socialistas que nacionalizaram as principais empresas e buscaram reduzir desigualdades regionais e sociais. Essas medidas pretendiam ser a base econômica do país, priorizando a produção agrícola e industrial. No entanto, a guerra civil iniciada em 2011 destruiu a infraestrutura e desestabilizou todos os setores da economia.

Veículo blindado do governo sírio posicionando-se para reforçar uma barricada em meio ao conflito, ilustrando a tensão e os desafios enfrentados na região.
Veículo blindado do governo sírio em uma barricada. (Foto: Ivan Hassib/Pexels)

Atualmente, a Síria apresenta indicadores alarmantes:

  • Desemprego: Taxa acima de 60%.
  • Inflação: Tornou alimentos e bens básicos inacessíveis para grande parte da população.
  • Alimentação: Apenas 40% da população consegue se alimentar adequadamente diariamente.

O país, conhecido pela produção de trigo, algodão e frutas mediterrâneas, enfrentou o colapso econômico causado pela guerra devastadora em virtude do governo autoritário.

Setores produtivos da economia da Síria e o impacto da guerra

Antes do conflito, a economia da Síria era diversificada, com setores agrícola, industrial e energético desempenhando papéis importantes. Atualmente, esses setores enfrentam desafios devido à destruição de infraestrutura, contrabando e sanções internacionais.

Agricultura

  • O setor agrícola sempre foi um dos pilares da economia síria, com destaque para o cultivo de trigo, beterraba açucareira, algodão, azeitonas e uvas. A produção, no entanto, foi drasticamente reduzida com a guerra e a migração em massa.

Recursos Naturais

  • A Síria possui importantes reservas de petróleo, fosfato, mármore, manganês e minério de ferro. No entanto, o controle de áreas ricas em recursos pelo governo diminuiu consideravelmente, favorecendo grupos armados que contrabandeiam petróleo para países como Turquia e Iraque. Essa situação prejudica ainda mais a economia e cria tensões diplomáticas na região.

Comércio exterior e balança comercial

Em 2023, a Síria registrou um déficit na balança comercial de 1.692,4 milhões de euros, equivalente a 24,75% do PIB. O valor reflete um aumento nas exportações, mas as importações ainda superam as vendas externas.

Principais Produtos Exportados:

  • Petróleo bruto
  • Minerais como fosfato, mármore e minério de ferro
  • Frutas, legumes e fibras de algodão

Principais Produtos Importados:

  • Máquinas e equipamentos de transporte
  • Alimentos e produtos químicos
  • Metais e plásticos

Principais Parceiros Comerciais:

  • Exportações: Iraque, Itália, Alemanha, Arábia Saudita e Kuwait.
  • Importações: China, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Turquia e Rússia.

Corrupção e contrabando de petróleo e armas mechem com a economia na Síria

O negócios ilegais e a corrupção são problemas crônicos na Síria, com empresas frequentemente obrigadas a pagar subornos para operar. O petróleo sírio é frequentemente contrabandeado para países vizinhos, gerando receitas para grupos armados. Já o contrabando de armas, por sua vez, tornou-se um mercado altamente lucrativo, com itens como foguetes e granadas vendidos a preços de “ouro”.

A queda de Bashar al-Assad e suas consequências

A família Assad governou a Síria por mais de cinco décadas, começando com Hafez al-Assad em 1971. Seu filho, Bashar al-Assad, assumiu o poder em 2000, aos 35 anos, após a morte de Hafez. Apesar de promessas iniciais de abertura política, seu regime foi marcado por abusos de direitos humanos e repressão.

Em 2023, a ameaça de invasão rebelde colocou balançou o domínio de Bashar al-Assad, especialmente após a tomada de Damasco por forças rebeldes. Essa mudança encerrou uma era de autoritarismo, mas deixou o país em uma situação de instabilidade política e econômica.

Crise humanitária

A crise humanitária na Síria é uma das mais severas do mundo. Em abril deste ano, o cardeal Mario Zenari, núncio apostólico na Síria, afirmou, por meio do portal de notícias do Vaticano, que a situação no país é alarmante e tende a piorar.

“De acordo com estatísticas da ONU, 16,7 milhões de sírios, ou três quartos da população, dependem de assistência humanitária, representando um aumento de 9% em relação ao ano anterior”, disse o cardeal.

Zenari destacou também a grave questão do retorno de refugiados, que segue sem solução prática. Países como o Líbano, que acolhem grande parte dos 5,5 milhões de refugiados sírios, já não conseguem sustentar esse fluxo, enquanto a Síria não oferece condições para recebê-los de volta. Além disso, 90% da população vive abaixo da linha da pobreza, reforçando o impacto devastador da guerra e da crise econômica sobre os cidadãos.

A destruição da infraestrutura agrava ainda mais a situação. Metade das unidades de saúde estão fora de operação, e milhões de crianças estão sem acesso à educação. O colapso de serviços básicos compromete a qualidade de vida da população e dificulta qualquer tentativa de recuperação.

(Foto: Ahmed akacha/Pexels)

As palavras do cardeal Zenari refletem a profundidade da crise e a necessidade urgente de uma resposta global coordenada para mitigar os impactos sobre a população síria. No entanto, sem estabilidade política e governança efetiva, os esforços para aliviar o sofrimento da população enfrentam enormes barreiras.

Obstáculos à Reconstrução

  1. Destruição de infraestrutura: Metade das unidades de saúde está fora de operação, e milhões de crianças estão fora da escola.
  2. Sanções internacionais: Impedem o acesso a recursos essenciais para a reconstrução.
  3. Fuga de mão de obra qualificada: Milhões de sírios emigraram, deixando o país sem profissionais experientes.

Dias difíceis para a Síria

A economia da Síria enfrenta grandes desafios, como a reconstrução de infraestrutura, superação de sanções internacionais e resolução de conflitos internos. A recuperação depende de esforços coordenados para estabilizar politicamente o país, controlar o contrabando e reconstruir os setores produtivos.

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