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Brasil x EUA: como a regulação protegeu as farmácias brasileiras da crise que derrubou a Walgreens

O colapso da Walgreens alerta o Brasil. Enquanto as farmácias americanas enfrentam crise, o setor brasileiro se destaca, protegido por regras que limitam a venda online. As farmácias no Brasil oferecem serviços como vacinas, podendo ter um papel mais importante na saúde. Entenda sobre o tema nesse artigo de opinião por Thiago de Melo Furbino.
Comparação entre farmácias no Brasil e nos EUA, destacando como a regulação das farmácias no Brasil limita a venda de produtos não farmacêuticos, enquanto nos Estados Unidos é permitido vender itens variados, como pneus, brinquedos e bebidas alcoólicas.
Regulação das farmácias no Brasil: foco em saúde versus a variedade de produtos nos EUA - Artigo Por Thiago de Melo Furbino.

O colapso da Walgreens, rede que já valeu mais de US$ 100 bilhões há dez anos e agora foi vendida a um fundo de private equity por menos de 10% desse valor, serve de alerta. Nos Estados Unidos, o avanço do e-commerce, a falta de farmacêuticos e a integração de gigantes da saúde, como seguradoras e planos, além do aumento dos furtos, empurraram as farmácias tradicionais para uma crise sem precedentes no pós-pandemia. Aqui, o setor cresce de forma saudável, sustentado em parte pelas regulação das farmácias no Brasil que limitam o alcance do varejo online na venda de medicamentos.

Regulamentação das farmácias no Brasil

Aqui, a venda de medicamentos, sejam eles sujeitos a prescrição ou isentos de prescrição (OTCs), é restrita exclusivamente a farmácias e drogarias físicas, com a presença obrigatória de farmacêuticos. Isso impede que marketplaces e supermercados entrem nesse mercado, ao contrário do que acontece nos EUA. Essa barreira protegeu o setor da disrupção que atingiu a Walgreens, permitindo que redes como Raia Drogasil, Farmácias Pague Menos, Grupo DPSP, Rede Drogal, Grupo Panvel e Drogaria Araujo continuem crescendo.

Farmácias como hubs de saúde

Além de vender medicamentos, as farmácias brasileiras se consolidaram como hubs de saúde, oferecendo vacinas, testes rápidos, acompanhamento farmacêutico e participação ativa no Farmácia Popular, garantindo o acesso a medicamentos essenciais para milhões de brasileiros.

Mas o potencial vai além: com ajustes na regulação das farmácias no Brasil, elas podem desempenhar um papel ainda mais relevante. Confira:

  • Telemedicina nas lojas, desafogando o SUS de demandas simples;
  • Acompanhamento de doenças crônicas e prescrição de medicamentos de uso contínuo, com supervisão médica remota;
  • Triagem e monitoramento de saúde, aproveitando a capilaridade que o SUS não alcança sozinho.

Inclusive, a própria Abrafarma já defende esse caminho, e há conversas com o governo para ampliar a atuação das farmácias como porta de entrada no sistema de saúde, aliviando o SUS e melhorando o atendimento à população.

O que a queda da Walgreens ensina?

O caso da Walgreens mostra o risco de não acompanhar as mudanças no comportamento do consumidor e na legislação. Embora o Brasil ainda esteja protegido por sua regulação, o consumidor está mudando.

As farmácias que investirem em digitalização, CRM, Retail Media, mix assertivo, entrega rápida e novos serviços (crédito, propaganda e fidelidade) continuarão relevantes.

No Brasil, a capilaridade das farmácias pode ser uma aliada do SUS, evitando a sobrecarga do sistema público. Além de medicamentos, podem atuar na prevenção e no acompanhamento contínuo de doenças, promovendo o autocuidado e ajudando o brasileiro a buscar saúde antes que a doença apareça.

Conheça no vídeo os produtos disponíveis em uma farmácia nos Estados Unidos:

Mas é preciso deixar claro: farmácia não deve ser um mini mercado. Não é lugar para vender ovo, pneu, arroz ou feijão. É um espaço de cuidado, orientação e confiança.

Com o apoio do governo e ajustes na lei, as farmácias podem ser peças-chave para um sistema de saúde mais acessível, eficiente e preventivo, atuando como parceiras do SUS.

*Opinião – Artigo Por Thiago de Melo Furbino, é fundador da Retail Rise, LinkedIn Top Voice e especialista em varejo, inovação e inteligência de mercado. Com 20 anos de experiência em operações, produto, comercial e estratégia, é reconhecido como um dos principais especialistas em desenvolvimento estratégico e inteligência de mercado para o varejo.

**Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal.

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