O governo britânico anunciou, na última quarta-feira, um novo aporte de 2 milhões de libras (cerca de R$ 12,3 milhões) para o projeto AmazonFACE, localizado na Floresta Amazônica. Esse investimento reforça a parceria científica entre Brasil e Reino Unido, somando agora 7,3 milhões de libras (R$ 45 milhões) desde 2021.
Avanços na Cooperação Científica
O projeto AmazonFACE, coordenado pelo Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (Inpa/MCTI) e pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), é o principal exemplo de cooperação científica entre os dois países. Nos últimos sete anos, Brasil e Reino Unido colaboraram em mais de 700 iniciativas bilaterais de pesquisa, consolidando o Reino Unido como o segundo maior parceiro de ciência e tecnologia do Brasil.
Importância do AmazonFACE para o Clima Global
O AmazonFACE visa investigar como a Floresta Amazônica responde a níveis elevados de dióxido de carbono (CO₂). O projeto também analisa o impacto desse fenômeno sobre o clima global e os ecossistemas. A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, destacou que os resultados ajudarão a comunidade científica internacional a entender melhor a contribuição da Amazônia. Esse entendimento é crucial para a mitigação das mudanças climáticas. Além disso, reforça a relevância do projeto na busca por alcançar metas globais de clima.
Tecnologia FACE e Suas Aplicações
Utilizando a tecnologia FACE (Free Air Carbon Dioxide Enrichment), o AmazonFACE libera ar enriquecido com CO₂ sobre a vegetação para monitorar as respostas da floresta. Essa tecnologia, já aplicada em florestas temperadas nos Estados Unidos, Austrália e Reino Unido, é inédita em florestas tropicais, como a Amazônica. Através do monitoramento, será possível avaliar as mudanças em folhas, raízes, solo e ciclos de água e nutrientes.
Infraestrutura e Desafios do Projeto
Para a implementação do experimento, estão sendo construídos seis anéis de 30 metros de diâmetro, cada um com 16 torres de 35 metros de altura, que circundam cerca de 50 árvores adultas. Essas torres, equipadas com sensores, serão responsáveis por liberar e monitorar a concentração de CO₂ na área. A previsão é que todos os anéis estejam operacionais no início de 2024, marcando um avanço para a pesquisa climática global.