Um estudo recente realizado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) revelou uma disparidade na distribuição de renda no Brasil. Entre os anos de 2017 e 2022, a renda da elite do agronegócio, representada pelo estrato de 0,01% mais rico da população, aumentou 96%. A taxa é quase três vezes maior do que a registrada na base da pirâmide social, que teve um crescimento de 33% no mesmo período.
O estudo investigou a concentração de renda no topo da pirâmide social em todas as unidades federativas do país. Os resultados revelaram que nos estados onde o agronegócio desempenha um papel dominante na economia, a renda da elite foi alta. Um exemplo ocorreu no Mato Grosso do Sul (MS), onde o estrato de 0,01% mais rico teve um aumento de 204% na renda média durante o período de análise.
Quando ajustado pela inflação, o Crescimento do Agronegócio se traduz em um aumento de 131% em termos reais. Os números ressaltam a crescente desigualdade de renda no Brasil e destacam a necessidade premente de buscar soluções para promover uma distribuição mais equitativa dos recursos no país.
Confira os estados líderes do agro:
UF | Pessoas | Renda Média | Variação Nominal | Variação Real |
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MS | 221 | R$1.983.224 | 204% | 131% |
AM | 171 | R$2.103.129 | 191% | 122% |
MT | 294 | R$2.738.128 | 183% | 115% |
RO | 106 | R$1.246.387 | 170% | 106% |
RR | 32 | R$906.233 | 146% | 87% |
RN | 156 | R$1.011.252 | 143% | 85% |
SC | 776 | R$1.864.640 | 131% | 76% |
AP | 38 | R$579.388 | 122% | 69% |
PR | 1.027 | R$2.304.422 | 121% | 68% |
TO | 86 | R$1.054.494 | 115% | 64% |
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O Mato Grosso do Sul lidera a lista com um impressionante crescimento de 204% na renda média dos 0,01% mais ricos, ajustado pela inflação. A tendência é acompanhada por estados como o Amazonas, que registrou um aumento de 191%, Mato Grosso com 115%, e Rondônia com 106%.
Pior resultado
O Ceará foi o estado em que a elite teve o pior desempenho. Um crescimento de apenas 20% ou uma diminuição real de 9%. Em seguida, encontram-se Pará (4%) e Rio de Janeiro (12%), com modesto crescimento do agronegócio
A análise destaca um aumento significativo na concentração de renda no topo da pirâmide, o que difere do que observamos na década anterior. Mas, ressalta as diferenças regionais, com crescimento de renda mais acentuado nos estados onde o setor agropecuário predomina.
Os dados evidenciam a complexidade das dinâmicas econômicas e sociais no Brasil, com reflexos importantes na distribuição de renda e na desigualdade entre estados. Afinal, a análise reforça a importância de políticas públicas que busquem equilibrar essa disparidade e promover um desenvolvimento econômico mais inclusivo em todo o país.