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Brasil é o país que mais depende de rodovias entre grandes países

Brasil é o país que mais depende de rodovias entre grandes países
(Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil).

Mais de 62% do transporte de cargas no Brasil depende das rodovias, de acordo com um estudo inédito da Fundação Dom Cabral. O setor de alimentos e bebidas lidera a movimentação. Entretanto, apenas 15% das estradas brasileiras são pavimentadas, tornando o transporte rodoviário caro e ineficiente.

Paulo Resende, coordenador do Núcleo de Infraestrutura, Supply Chain e Logística da Fundação Dom Cabral, atribui essa dependência à política de curto prazo do Brasil no último século. “Toda metade do século passado nós investimos em rodovias, ligado a uma deterioração das ferrovias e hidrovias, causando essa dependência que vem se consolidando ao longo dos últimos 50 anos.”, disse ao Valor Econômico.

 

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Resende defende uma abordagem equilibrada na infraestrutura de transportes. “A solução é melhorar nossas rodovias enquanto trazemos outros modos de transporte para se juntar a elas.”, acrescenta.

O Brasil é o único país com mais da metade do transporte de cargas dependente de estradas. Nos Estados Unidos, 49% do transporte é rodoviário, mas outros 43% são divididos entre ferrovias (21%) e dutos (22%), além de 5% para transporte hidroviário e 3% para cabotagem.

A sócia-executiva da ILOS (Instituto de Logística e Supply Chain), Maria Fernanda Hijjar, alerta que os custos logísticos consomem 16,1% do PIB brasileiro, em comparação com 9,1% nos EUA. “O modal rodoviário é mais caro porque um caminhão leva muito menos carga que um navio ou ferrovia”, explica ao Valor.

 

Em busca de soluções, a ILOS entrevistou 85 grandes empresas que usam transporte de cargas. A pesquisa indica que a cabotagem pode aliviar o setor rodoviário. “Para cada contêiner na cabotagem, tem outros cinco que deveriam estar nesse modal, mas estão no rodoviário”, afirma Hijjar.

Cerca de 48% dos entrevistados pretendem reduzir o uso de rodovias até 2025. Ao mesmo tempo, 38% planejam aumentar o uso da cabotagem, e 22% querem investir mais em ferrovias. O transporte aéreo e hidroviário têm perspectivas menos promissoras, com planos de redução de 8% e aumento de apenas 5%, respectivamente.

Para Hijjar, a diversificação dos modais depende de mais investimentos. No entanto, ela alerta que isso não significa abandonar as rodovias. “Esse modal está longe de ter os investimentos necessários para se tornar mais eficiente”, aponta.

A Confederação Nacional do Transporte (CNT) revelou, em 2023, que 67,5% das rodovias federais e estaduais estão classificadas como regulares, ruins ou péssimas. Apenas 32,5% são consideradas boas ou ótimas, evidenciando a necessidade urgente de melhorias.

Investir estrategicamente nos diferentes modais de transporte poderá aliviar a dependência rodoviária, ao mesmo tempo em que reduzirá custos e melhorará a eficiência do transporte de cargas no Brasil.

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