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Com incêndios em São Paulo, governo estadual cria gabinete de crise

Governo mobiliza esforços para combater incêndios em 36 cidades do estado

Gabinete de crise busca conter incêndios em São Paulo. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil).
Gabinete de crise busca conter incêndios em São Paulo. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil).
Gabinete de crise busca conter incêndios em São Paulo. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil).
Gabinete de crise busca conter incêndios em São Paulo. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil).

O estado de São Paulo tem enfrentado um aumento alarmante no número de incêndios florestais. Nos primeiros 23 dias de agosto de 2024, foram registrados 3.175 focos de queimadas, o maior número desde que o monitoramento começou, em 1998. Esse cenário tem causado sérios problemas de saúde, como um aumento de 60% na procura por serviços médicos em Ribeirão Preto, devido a problemas respiratórios relacionados à inalação de fumaça.

Incêndios em São Paulo: resposta do governo estadual e apoio federal

Em resposta à gravidade da situação, o governo de São Paulo instaurou um Gabinete de Crise, coordenado pela Defesa Civil, para monitorar e combater os incêndios. Além disso, o governo federal enviou quatro aeronaves das Forças Armadas para auxiliar no combate às chamas. 

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, também está em contato constante com o governador Tarcísio de Freitas, oferecendo o apoio do governo federal. Por meio de suas redes sociais, ela destacou a gravidade da situação e a necessidade de uma ação conjunta para enfrentar a crise. O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, também se manifestou, reiterando o compromisso do governo federal em auxiliar São Paulo.

Impacto na infraestrutura e medidas de segurança

Os incêndios de grande porte também afetaram a infraestrutura do estado, levando à interdição de diversas rodovias, o que causou transtornos no tráfego. As autoridades têm emitido alertas para que motoristas evitem rotas comprometidas e adotem medidas de segurança, como reduzir a velocidade e manter os faróis acesos, ao atravessar áreas com fumaça.

Cidades em alerta máximo

Diversas cidades paulistas, incluindo Sertãozinho, Araraquara, e Piracicaba, estão em estado de alerta máximo devido às queimadas. Nesses locais, as condições climáticas, como alta temperatura e baixa umidade do ar, têm exacerbado a situação, aumentando o risco de propagação das chamas. Em Sertãozinho, por exemplo, um incêndio destruiu aproximadamente 180 hectares de vegetação, incluindo áreas de preservação permanente.

Estatísticas alarmantes

O mês de agosto de 2024 já registrou um número recorde de focos de incêndio no estado de São Paulo. Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), apenas nos primeiros 23 dias do mês, foram contabilizados 3.175 focos de incêndio, quase o dobro do registrado em todo o ano anterior. O dia 23 de agosto foi particularmente crítico, com 1.886 novos focos, elevando o total para 4.973 casos em 2024, o maior número registrado desde o início da série histórica.

Culpa do agro?

O agronegócio no Brasil tem sido apontado como um dos principais culpados pelas queimadas. Isso se deve, afirmam críticos, ao uso dos recursos naturais de maneira intensiva e muitas vezes insustentável. No Estado de São Paulo, a expansão do agronegócio tem contribuído para o desmatamento significativo, conforme relatado pela ONG MapBiomas. De acordo com os dados, apenas 28,4% da cobertura de vegetação nativa permanece intacta no estado, enquanto a área dedicada à produção de cana-de-açúcar já alcançou 5,5 milhões de hectares, segundo o IBGE em 2022.

A criação da autoridade climática encontra desafios no Congresso Nacional, mas os recentes fatos podem acelerar o andamento.