Publicidade

Cubatão e o futuro do hidrogênio verde: parceria Brasil-Alemanha em ação

Hidrogênio Verde no Brasil - entenda os planos do Brasil e Alemanha em Cubatão. (Foto: Divulgação/André Valentim)
Hidrogênio Verde no Brasil - entenda os planos do Brasil e Alemanha em Cubatão. (Foto: Divulgação/André Valentim)
Hidrogênio Verde no Brasil - entenda os planos do Brasil e Alemanha em Cubatão. (Foto: Divulgação/André Valentim)
Hidrogênio Verde no Brasil - entenda os planos do Brasil e Alemanha em Cubatão. (Foto: Divulgação/André Valentim)

Os governos do Brasil e da Alemanha anunciaram que estão conduzindo um estudo para a criação de um hub de hidrogênio verde em Cubatão, São Paulo. O projeto visa transformar a cidade, conhecida por seu passado como uma das mais poluídas do mundo, em um modelo de sustentabilidade e inovação industrial.

Hidrogênio Verde no Brasil: como Cubatão passou de Vale da Morte a símbolo de recuperação

Na década de 1980, Cubatão foi rotulada como o “Vale da Morte” devido à elevada emissão de poluentes pelas indústrias locais. Estima-se que, na época, aproximadamente mil toneladas de poluentes eram lançadas diariamente na atmosfera, tornando a cidade a mais poluída do mundo segundo a ONU. Este cenário de degradação ambiental resultou em graves problemas de saúde, como o aumento de doenças respiratórias e casos de anencefalia.

A mudança começou após um trágico incêndio em 1984, que vitimou 93 pessoas na Vila Socó. Esse evento impulsionou ações de recuperação ambiental, transformando Cubatão em um símbolo de superação.

HUB de Hidrogênio Verde e Power-to-X: um futuro sustentável

Para consolidar Cubatão como um exemplo de recuperação e inovação ambiental, Brasil e Alemanha planejam a criação do “HUB de Hidrogênio Verde e Power-to-X” (PtX). Este projeto faz parte da parceria entre a Sociedade Alemã para a Cooperação Internacional (GIZ) e o Ministério de Minas e Energia do Brasil, com o objetivo de promover a produção de hidrogênio verde e outros insumos sustentáveis, como aço e fertilizantes.

Desde junho, a consultoria Pieracciani conduz um estudo de viabilidade para o hub, analisando aspectos como a idealização, operação e financiamento do projeto. De acordo com Valter Pieracciani, CEO da consultoria, o projeto tem potencial para transformar Cubatão em um modelo de exportação sustentável, ao mesmo tempo em que contribui para a preservação ambiental.

Inovação e sustentabilidade: desafios e oportunidades

O engenheiro ambiental Antônio Mazza destaca que a produção de hidrogênio verde pode ser realizada a partir de matérias-primas renováveis, como água, biomassa e biocombustíveis. O hidrogênio já é utilizado em processos industriais, como na produção de amônia e combustíveis sintéticos, e o avanço das energias eólica, hidrelétrica e solar torna essa alternativa ainda mais viável para o futuro.

No entanto, Mazza alerta para os desafios da transição energética, que pode ser complexa devido à dependência da economia global em combustíveis petroquímicos. “A adaptação das matrizes energéticas ao novo modelo é crucial para o sucesso da transição”, afirma.

Próximos passos

O projeto H2Brasil, responsável pela iniciativa, planeja divulgar os resultados do estudo de viabilidade em um evento marcado para 7 de novembro. Este evento é visto como uma oportunidade fundamental para discutir os avanços obtidos e os próximos passos na implementação do hub.

Caso o projeto avance, Cubatão poderá se tornar uma referência global em sustentabilidade e inovação industrial, mostrando que é possível transformar uma cidade marcada pela poluição em um modelo de desenvolvimento sustentável.

M Dias Branco conteúdo patrocinado